AVALIAÇÃO SANITÁRIA
O PROJETO
A proximidade das áreas preservadas com áreas urbanas e rurais vêm possibilitando um contato maior entre as espécies de animais silvestres com os animais domésticos e humanos, esse fator aliado à crise da biodiversidade e à diminuição das espécies, favorece a adaptação de microrganismos causadores de doenças, o que consequentemente pode facilitar o surgimento de novas enfermidades. Além disso, o estabelecimento de doenças infecciosas pode contribuir para a extinção local de várias espécies de animais selvagens, o que por sua vez, também ocasiona a redução das populações de espécies.
Todos esses fatores estão diretamente relacionados ao conceito de Saúde Única, que reconhece a importância do equilíbrio entre a saúde humana, animal e ambiental para que sejam estabelecidas políticas públicas adequadas de prevenção e controle de enfermidades.
Com o objetivo de contribuir com informações sanitárias, necessárias tanto para a promoção de estratégias mais eficazes de conservação de fauna, quanto para o estabelecimento de políticas diretamente ligadas à saúde pública, os pesquisadores da Jaguaracambé vêm desenvolvendo projetos de pesquisa e investigação de agentes infecciosos que podem ser encontrados tanto em animais selvagens, quanto domésticos que circulam em unidades de conservação e áreas preservadas.
Atualmente o primeiro ano do projeto de avaliação sanitária de carnívoros em Unidades de Conservação (UCs) do Distrito Federal chegou ao fim. O projeto foi executado pela OSC Jaguaracambé, por atuação em rede com a Fundação Grupo Esquel Brasil e parceria com a Secretaria do Meio Ambiente do Distrito Federal - SEMA DF, e contou com financiamento obtido por emenda parlamentar. Neste primeiro ano foram executadas 8 campanhas de expedição para colheita de amostras biológicas, sendo 2 financiadas por recursos obtidos pela Jaguaracambé. Nessas expedições, houve um total de 10 carnívoros silvestres capturados e 14 carnívoros domésticos, incluindo 13 cães e 1 gato. As UCs trabalhadas foram: Estação Ecológica de Águas Emendadas (ESEC-AE), Parque Nacional de Brasília (PNB) e Área de Proteção Ambiental (APA) da Cafuringa. Neste trabalho, foram realizadas expedições periódicas, de dez dias cada uma, nessas três UCs. Durante as expedições foi feita a captura das espécies alvo (Ordem Carnívora), com o objetivo de colher amostras de material biológico, necessárias para avaliação clínica e pesquisa diagnóstica de agentes infecciosos.
As capturas foram feitas com todo o cuidado para que não ocorra nenhum tipo de intercorrência com os animais, que são soltos após plena recuperação anestésica, no mesmo local de captura.
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